em parceria com as arquitetas Danielle e Dione Garros.
Foto: Greice Albuquerque
Os lofts surgiram nos últimos 40 anos em cidades como Nova York, Londres e Paris. Arquitetos, artistas plásticos e escritores passaram a usar os velhos prédios concebidos para abrigar fábricas, armazéns, docas e garagens como residência ou local de trabalho. Algumas décadas antes eles já eram adotados como estúdios e ateliês pela intelligentsia da época. O pintor impressionista Claude Monet trabalhou na série das ninféias em um loft na cidade de Giverny, entre 1916 e 1922. Mas foi só depois dos anos 70 que morar em loft virou moda. Houve a partir daí um movimento de restauração, que tornou bairros inteiros, como o nova-iorquino SoHo, chamarizes para a classe média descolada.
Os lofts são uma das mais novas tendências do mercado imobiliário. Sinônimo de modernidade e praticidade, seu grande trunfo é a versatilidade do espaço que, de forma simples e ao mesmo tempo bem pensada, agrega estilo e atende a todo tipo de consumidor.
Os lofts trazem uma ampliação do espaço de convívio para os moradores, eliminando os conceitos de setorização de ambientes. Os ambientes ficam integrados em uma única área de convivência, tornando-se aconchegante, moderno e prático.
Com a ausência de antigos galpões industriais nas áreas centrais - eles se localizam mais na periferia - , a opção tem sido readaptar apartamentos usando essa referência. Prédios erguidos em uma época em que o espaço era mais valorizado do que o número de dormitórios ou vagas na garagem são os mais procurados, especialmente por profissionais liberais, solteiros ou descasados, e casais sem filhos. Há também uma tentativa de ampliar as alternativas do mercado imobiliário, atualmente voltado para apartamentos com vários ambientes, mas todos microprojetados. É o caso dos anúncios que falam de três ou quatro dormitórios, mais sala de estar, mais sala de jantar, mais lavabo, mais escritório, mais terraço, mais hall etc.
Esse tipo de moradia não tem agradado o consumidor, pois costuma ser extremamente caro. Além disso, o pé direito é muito baixo, de 2,40 m, ou seja, 20 centímetros acima de uma porta normal.